O buraco anual na camada de ozônio sobre a Antártica atingiu seu menor tamanho e menor duração desde 2019, segundo dados do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (Cams). Este é um sinal positivo de que a camada de ozono está a recuperar.
Redução do buraco na camada de ozônio: principais conclusões
Este ano, a lacuna na camada de ozono atingiu o pico de 21 milhões de quilómetros quadrados (8,1 milhões de milhas quadradas) em Setembro – menor do que os 26 milhões de quilómetros quadrados registados em 2023. O buraco fechou então mais cedo do que o habitual, terminando na segunda-feira. Isto marca o segundo ano consecutivo de buracos de ozônio menores, após um período de lacunas maiores e mais duradouras entre 2020 e 2023.
Por que isso é importante
A camada de ozônio é crítica porque protege a Terra da radiação ultravioleta (UV) prejudicial. A destruição da camada de ozono aumenta os riscos para a saúde humana, incluindo o cancro da pele e as cataratas, e pode danificar as colheitas. O buraco cada vez menor demonstra que os esforços internacionais para eliminar gradualmente as substâncias que destroem a camada de ozono estão a funcionar.
O sucesso do Protocolo de Montreal
A recuperação está directamente ligada ao Protocolo de Montreal de 1987, que proibiu produtos químicos nocivos. Este tratado é considerado um dos acordos ambientais de maior sucesso da história. Os cientistas estimam agora que a camada de ozônio da Antártica retornará aos níveis de 1980 até 2066.
Perguntas persistentes
Nos últimos anos, assistimos a flutuações no tamanho do buraco na camada de ozônio. Embora o período 2020-2023 tenha registado buracos maiores, os especialistas suspeitam que erupções vulcânicas, como o evento Hunga Tonga de 2022, contribuíram para a maior dimensão do buraco de ozono em 2023. Compreender estes factores é importante para prever tendências futuras.
Olhando para o futuro
A NASA e a NOAA classificam o buraco na camada de ozono deste ano como o quinto menor desde 1992. Apesar deste progresso, os cientistas alertam que a recuperação total para os níveis da década de 1980 levará décadas. As mudanças na formação de buracos são consistentes com as previsões, mas a monitorização contínua continua a ser essencial.
“Este progresso deve ser celebrado como um lembrete oportuno do que pode ser alcançado quando a comunidade internacional trabalha em conjunto para enfrentar os desafios ambientais globais”, disse Laurence Rouil, diretor do Cams.
O sucesso contínuo do Protocolo de Montreal mostra que uma acção global coordenada pode enfrentar até as ameaças ambientais mais prementes.
